Portovel FIAT

Fiat Strada Endurance 2021, como anda a versão de trabalho

Companheira de batente mantém motor 1.4 Fire e direção hidráulica, mas agora com muito mais conforto

Uma das estratégias da Fiat com a nova Strada é conquistar o público que a utiliza a picape para o lazer. Por isso, o primeiro foco da marca estava na versão cabine dupla de quatro portas, que traz o motor 1.3 Firefly do Argo e direção elétrica, entre outros itens de conforto e comodidade. Mas a Fiat também sabe que o “grosso” das vendas da picape está nas versões de trabalho, ou seja, a cabine simples de entrada.
Dito isso, esta é a nova Fiat Strada Endurance cabine simples (que a Fiat chama de Cabine Plus). Ela tem a cabine mais espaçosa e maior capacidade de carga que a antiga cabine simples – que segue em linha na versão Hard Working 1.4. Apesar de ter o corpo totalmente novo, o coração é o velho conhecido 1.4 Fire, com 88 cv e 12,5 kgfm de torque, ligado ao câmbio manual de 5 marchas. Até mesmo a direção foi mantida com assistência hidráulica por uma questão de custos (de compra e de manutenção).

Trabalho sim, mas com dignidade

A Strada Endurance pode ser identificada pela faixa na lateral com o nome a versão, pelos para-choques sem pintura, ausência dos faróis de neblina e rodas de ferro aro 15″, que podem estar descobertas ou com as calotas, como no carro testado – sim, é um opcional de R$ 150. Na traseira, a grande caçamba já vem com o protetor, mas a capota marítima precisa ser comprada à parte por R$ 800. Mesmo sendo uma versão básica, o design agradou quem a viu pelas ruas, com direito a LEDs na placa e luz diurna de condução (halógena).

Gostou das calotas? Opcionais de R$ 150

Ar-condicionado é item de série
A boa notícia é que a Endurance básica (R$ 63.590) já traz os controles de tração e estabilidade com assistente de partida em rampas e o bloqueio eletrônico do diferencial, chamado TC+. Também vem de série com direção hidráulica e ar-condicionado, itens de conforto importantes para quem passa o dia o ao volante. Vidros e travas elétricas, sistema de som (ou multimídia, como no carro testado) e regulagem de altura do banco do motorista são opcionais.



Na caçamba, temos capacidade para 720 kg (ante os 705 kg da cabine simples anterior) e volume de 1.354 litros (versus 1.220 litros). A plataforma é totalmente nova, mas aproveita o conceito da suspensão traseira com mola semi-elíptica do modelo anterior. A tampa traseira agora tem uma mola para diminuir (e muito) o esforço para abertura e fechamento – a trava elétrica é um opcional. Ainda há diversos pontos para amarração de carga e uma eficiente luz em LED na caçamba para iluminação noturna ou garagens. Em termos de dimensões, são 1,71 m de comprimento, 1,36 m de largura (1,05 m entre as caixas de rodas) e 60 cm de altura.

Motor antigo, mas que faz sentido

A Fiat manteve o 1.4 Fire na linha Endurance (cabine plus e cabine dupla) por alguns motivos: preço (é mais barato que o 1.3 Firefly), custo de manutenção e confiabilidade do mercado, além de ser um motor conhecido pelos mecânicos mesmo fora dos grandes centros. Ao abrir mão do 1.3 Firefly, ficamos com até 21 cv e 1,7 kgfm de torque a menos. Lógico que isso afeta o desempenho (como o 0 a 100 km/h de 12,4 segundos para 13,2 segundos), mas no uso normal essa falta é bem menos sentida.

A Strada Endurance usa o mesmo câmbio da Volcano 1.3. Ou seja, temos uma primeira marcha quase dispensável quando vazia, já que é bem curta. Mesmo com apenas 88 cv e 12,5 kgfm, a Endurance anda o suficiente para seu uso, principalmente na cidade. Na estrada, já percebemos uma falta de fôlego (vide a retomada de 80 a 120 km/h em “eternos” 12,3 segundos) e o motor gritando aos 120 km/h acima de 4.000 rpm justamente pela relação curta do câmbio. Vale lembrar que ainda há a direção hidráulica “roubando” força do motor.
Mas quem compra a Strada Endurance está mais preocupado com o consumo. Mesmo com o motor antigo, a picape registrou os mesmos 8,6 km/l na cidade e 10,6 km/l na estrada (com etanol) da Volcano 1.3 cabine dupla, que pesa cerca de 100 kg a mais e possui pneus de uso misto que, além de mais largos (205 vs. 195), não têm o composto de baixa resistência a rolagem dos pneus que equipam a Endurance.


Para quem fica ao volante por horas a fio, a Strada Endurance evoluiu consideravelmente em relação à antiga Working. Começa pela própria cabine mais espaçosa, a Cabine Plus, que permite colocar até 151,2 litros atrás dos bancos ou ter mais espaço para pessoas mais altas. A posição de dirigir é elevada, passando a sensação de estar realmente em uma picape, não em um carro de passeio com caçamba. Para achar a melhor posição, o banco do motorista tem, como opcional, a regulagem de altura, assim como a coluna de direção, esta de série.
Se você está saindo de uma Strada anterior, não vai sentir falta da direção elétrica das demais versões da nova Strada. Ela segue se comunicando bem com o motorista, até demais em algumas situações, pois se mostra pesada para manobrar na comparação com a assistência elétrica. Porém, o grande salto está na ergonomia: todos os comandos estão na área de visão e são de fácil acesso. Os bancos estão bem mais confortáveis e, mesmo sendo uma versão de entrada, têm bom acabamento, assim como o interior em geral que adota o preto para colunas e forração do teto. Neste ponto, não sentimos falta da Strada Volcano.


Sim, o foco é trabalho, carregar peso. Então percebemos uma suspensão mais “saltitante” na traseira. mas, mesmo a levando ao limite, a Strada Endurance segue a trajetória nas curvas de forma surpreendente quando comparada com a anterior – caso exagere, tem o controle de estabilidade para segurar a onda. Nos testes, os freios mostrando eficiência em todas as passagens.

Compre apenas o necessário

Básica, com diversos itens que a Strada Working não tinha, a nova Strada Endurance custa R$ 63.590. Se for passear pela lista de opcionais, a dica é focar na capota marítima (R$ 800) e no Pack Worker (R$ 2.500), que adiciona vidros e travas elétricos, alarme e outros itens.


Completa como a unidade testada, esta Strada Endurance alcança R$ 69.730 – e aí perde o sentido por custar quase o mesmo que a versão Freedom, com motor 1.3 e vários itens extras (R$ 69.490). Então avalie bem qual versão te atende melhor e quais suas prioridades antes de fechar negócio.
Fotos: Leo Fortunatti e divulgação FCA

Sair da versão mobile